terça-feira, 12 de junho de 2007

Onde estudar para ser feliz?

Uma constante dúvida dos estudantes universitários é a posição de sua faculdade em relação às outras. Boa, ruim, adequada ou não ao mercado. Os jovens estão sempre em dúvida e não teria como ser diferente. O tempo todo, a mídia divulga as profissões mais bem pagas, as mais desejadas, mais reconhecidas. Quem não quer ser reconhecido e aplaudido por um grande público? Com tantos Big Brothers na Caras dissemina-se a idéia de que o fator sorte são determinante na vida profissional, as coisas boas acontecem por acaso. Os personagens de telenovelas só enriquecem casando-se com pessoas ricas ou por sorte de encontrar uma mala cheia de dinheiro?
Mas é preciso ir para o assunto que se propõe mesmo que não seja essa a vontade: a avaliação das universidades e para isso utilizar a revista Guia do estudante - http://guiadoestudante.abril.com.br/ ¬-uma das mais famosas do país. Ela auxilia vestibulandos e universitários que estão na dúvida do que fazer: há guias de salários, como é a profissão, concorrência, avaliação dos cursos.
De maneira geral, as universidades públicas estão entre as melhores do país. E quando os vestibulandos estão nos cursinhos os professores massacram a idéia de que passando no vestibular eles vão conseguir ótimos empregos. Mas a realidade não é tão feliz assim.
No ano passado a PUC-MG e a USP foram premiadas pelo guia do estudante banco real como as melhores do país. No Rio de Janeiro a UFRJ e a PUC estão entre as que mais receberam estrelas. http://oglobo.globo.com/educacao/mat/2006/10/04/285967248.asp
Mas será que os empresários e profissinais de RH tem nesses rankings um fator determinante para a sua escolha? Seria isso, de fato, um diferencial?
Segundo Giomar Piolla, os alunos que se formam em universidades privadas têm mais facilidade para arrumar emprego antes de completar o curso do que aqueles que estudam em universidades públicas. Com poucas exceções, na maioria dos cursos superiores avaliados, o percentual de alunos de instituições privadas que já tem emprego garantido ou perspectivas favoráveis com relação ao ingresso no mercado de trabalho é maior do que nas instituições públicas.
Os dados confirmam a principal vocação das universidades privadas: formar profissionais para o mercado de trabalho, enquanto nas universidades públicas o ensino está voltado mais para a formação de docentes e pesquisadores.
Por que isso acontece? Cerca de 2/3 dos alunos de universidades privadas estudam à noite e trabalham durante o dia, inclusive para pagar a mensalidade. Os alunos de universidades públicas, em 80% dos casos, estudam de dia e sobrevivem da mesada dos pais, o que reforça o caráter elitista do ensino público de graduação. http://www2.uol.com.br/aprendiz/n_colunas/g_piolla/id040900.htm .
Isso fica bem claro para os universitários, mas será só essa a questão? Óbvio que existem outros aspectos que favorecem isso.

UFAL e seus jornalistas... minhas impressões

Desde início deste ano estou observando semelhanças e diferenças na formação acadêmica na área da comunicação em diferentes estados do Brasil. Em janeiro estive em Recife participando de um projeto de verão e pude conviver com estudantes de vários estados e dentre eles conheci alunos de jornalismo da UFAL.
Este projeto tinha um jornal específico com algumas histórias dos estudantes e do que vivemos lá em Pernambuco. O jornal foi feito por estudantes de jornalismo da UFAL e ficou ótimo, pena que não tenho um para postar aqui. Essa pequena história é apenas para ilustrar a empolgação que vi daquela galera em fazer um jornal. Não sei se era por causa da boa coisa que escreveriam ou por que eram bastante empolgados com a profissão ou pelas duas coisas. Cansei de ver a Tatá (“a mentora” do jornal) ir às bancas de jornal e revista para observar diagramação e comprar várias revistas e dormir muito tarde para terminar o jornal. O layout era lindo e foi feito por um estudante da UFAL que não conheci.
Ao todo conheço quatro estudantes de jornalismo da UFAL e todos eles são muito bons naquilo que fazem. Acho que tem a ver com eles e a formação também deve ter ajudado. E com essa convivência estou aprendendo muito, tanto que neste feriado pude ajudar no jornal do Congresso que acontece todo mês de junho. Daqui alguns dias o jornal fica pronto. E quem fez o layout, formato e vai acabar o jornal? A galera da UFAL.

quinta-feira, 5 de abril de 2007

Licença Creative Atribuição-Vedada

Creative Commons License
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quarta-feira, 28 de fevereiro de 2007

Calouro quase morre na Barra

Início do ano letivo, a cena é comum: jovens universitários, todos sujos de tinta, pedindo dinheiro pelas ruas. Qual o perigo disso? À princípio nenhum. Até que dois homens armados achem que é um assalto.

Foi assim que hoje às 18:10 na Av. das Américas em frente ao Centro Empresarial do Barra Shopping, um jovem universitário quase perdeu a vida. Dois homens viram o rapaz abordando o motorista de um Audi prateado e foram tomar providências. Ele acompanhava o veículo pedindo dinheiro. De longe, os homens interpretaram errado o que viram. Eles desceram do carro em que estavam e apontaram suas armas para o rapaz que, desesperado, levantou as mãos e disse que não era assaltante. O rapaz saiu correndo, quase foi atropelado, e ainda levou um chute do homem antes de escapar. Os dois "xerifes" voltaram para o carro e sairam em disparada.

Esses homens, talvez policiais à paisana, quase assassinaram um rapaz e ainda alarmaram diversos motoristas e pedestres no local. O estresse e as constantes notícias de assalto podem ter sido os motivos que levaram-nos a agir dessa forma. Não há como afimar ao certo, mas fica a lição: não se pode, nem de longe, se parecer com assaltante (seja lá que imagem ele venha a ter na cabeça das pessoas). Também é bom não chegar muito perto de desconhecidos e, se for pedir dinheiro, peça de longe.

Para os que forem dar trote nos calouros é bom lembrá-los desse episódio. Não é vontade de ninguém que essa brincadeira universitária vire notícia da seção policial.

quarta-feira, 7 de fevereiro de 2007

Trânsito e tempo no Rio

Quarta-feira, 07 de Fevereiro de 2006, tempo abafado no Rio. Se Janeiro não teve cara de verão esse mês tem, não só cara, mas também corpo. Às 09:25 da manhã, o termômetro situado na Av. Ayrton Senna, em frente ao Via Parque, marcava 35 graus. O trânsito era lento. Na Av. das Américas houve uma pequena melhora.

Porém, um acidente em frente à concessionária Eurobarra congestionou a pista que vai em direção à Zona Sul. Uma kombi branca bateu atrás de um celta preto, os donos dos carros discutiam no local, a polícia ainda não havia chegado. Não houve feridos.

O trânsito pela orla continuou intenso. Na Av. Atlântica o motivos da lentidão era o egoísmo: 4 retenções ao longo da pista, desde o Forte de Copacabana até o Hotel Meridien, no sentido Centro. Próximo ao forte, uma caminhonete tipo Ranger preta estava estacionada tranquilamente ao lado de um quiosque, mais adiante, uma Saveiro branca da empresa Arteneve também descansava, em frente ao Pestana Rio Atlântica. Um caminhão preto e uma máquina de perfurar a terra também paravam à frente, mas estes para obras. Por fim, uma kombi branca (outra!) e um caminhão vermelho estavam estacionados em frente ao Copacabana Palace, alguns homens tiravam caixas de som e fios de dentro do carro.

Se tem alguém que deseja atravessar Copacabana de carro ou ônibus, isso não interessa aos referidos motoristas. O que impera é a lei do F...: ele já chegou onde quer, os outros que se danem.

terça-feira, 6 de fevereiro de 2007

Novo rumo do blog

Quero agradecer o apoio de todos aqueles que visitam ou ja visitaram o meu blog. Amigos, colegas de trabalho, parentes, conhecidos. É muito importante a força que vocês me dão prestigiando, elogiando e até mesmo criticando o meu trabalho.
Daqui para frente tentarei postar acontecimentos mais triviais do Rio de Janeiro, sempre tentando dar um enfoque diferente daquele dado pelos grandes veículos, as análises e perfis vão continuar.
Colocarei fotos para aqueles que gostam. Eu ia fazer um comentário maldoso a respeito disso, mas me peguei hoje lendo uma matéria sem ter outro motivo a não ser o de ter gostado da foto que estava ao lado. Então - se os assaltantes do Rio assim o permitirem - tirarei fotos de cenas do rio (espero que sejam boas!) para colocar no blog.Tenho muito mais coisas para escrever, vários assuntos me passam pela cabeça, mas tem temas que precisam de mais calma para serem trabalhados.

Ontem me perguntaram se eu ganhava dinheiro com isso (o blog) eu disse que não, mas que me realizo. Por hora me parece suficiente. Uma amiga me mostrou o seu blog depois que viu o meu (ela nunca nem havia falado que tinha um), outra adorou disse-me para continuar escrevendo; outra, essa foi engraçada, disse que foi surpreendida porque não achava que eu "fosse tão inteligente" - eu ri bastante. Enfim, eu gosto disso: de contar, de falar, de ser ouvido, de ser lembrado; e isso tá acontecendo. Se por hora estou um pouco afastado de meus amigos em função das férias na faculdade, sinto-me próximo por estar contando, estar extravasando minhas impressões do mundo através desse meio e tendo um público (mesmo que bastante reduzido).
Muito obrigado mesmo.

quinta-feira, 1 de fevereiro de 2007

Mais uma vez na Brasil

Quinta-feira, primeiro de fevereiro de 2007, já são 18:40 mas ainda está claro, de longe se vê cerca de meia duzia de pessoas debruçadas na passarela olhando atentamente alguma coisa na rua. São os homens do Corpo de bombeiros retirando uma pessoa de dentro de uma van branca. Estão na pista que vai em direção ao centro da cidade. Não muito distante do cemitério do caju e antes de passar pela Fiocruz para quem vai em direção à Linha Amarela. Ali estão eles, socorrendo a(s) pessoa(s) e lá em cima estão elas: urubuzando o seu trabalho. Acabou? Ouve-se um barulho. Motos com problemas de escapamento? Não. O homem que está na minha frente anuncia: é tiro. Os homens que socorriam se tornam vítimas, escondem-se atrás da porta da frente da van. As pessoas, dentro do ônibus em que eu estava, abaixam-se também, mesmo estando a duas pistas de distância.
O nosso veículo anda, levantamos. Voltamos à vida normal. Será? Temos mesmo que nos acostumar com tiros, brigas e sangue no nosso trajeto de ida e volta do trabalho?
A pobreza continua lá. Nós passamos. Em vias expressas, avenidas brasis, sejam elas amarelas ou vermelhas. Se arriscar um olhar para o lado, um que não seja assim muito distraído, poderá ver pessoas vivendo em paupérrimas condições. Ou será que alguém imagina uma boa vida por trás daquelas casinhas de tijolos, mal-feitas e mal-acabadas?
Mas enfim, a vida andou, todos seguiram em frente, eles que ficaram lá, no meio dos tiros.

quarta-feira, 31 de janeiro de 2007

Lapa é pura diversão

Domingo, já escurece, mas as pessoas ainda não estão dormindo na Lapa. Uma roda de candomblé parece animada, e ali perto aglomeram-se cada vez mais pessoas à espera do show. À direita, vê-se o Melzinho da Lapa – uma barraca vendendo uma espécie de bebida alcoólica dentro de sacolas plásticas finas e compridas (meio difícil de explicar) – uma bandeira preta traz o referido slogan, e, abaixo dezenas de “melzinhos” estão expostos. No palco vemos outra bandeira – esta maior – trazendo o nome do patrocinador: Eletrobrás. Os ambulantes aumentam de quantidade. Velhas caixas de isopor trazem água, cerveja, refrigerante. É preciso andar com cuidado para não tropeçar nos diversos carrinhos que trazem essas caixas. Entre os vendedores, vemos os outros meros consumidores, pelo menos na dada ocasião; jovens, não tão jovens, morenos, brancos, um casal peculiar: uma dinamarquesa loira de olhos azuis e um mulato dançarino (ou seria jogador, ou quem sabe praticante) de capoeira. Ela samba e diz, em português, que seu samba é favelado. Vai la saber o que ela entenda que seja favelado. Com os dedinhos para o alto ela dança como nós, brasileiros, fazemos quando queremos ridicularizar os estrangeiros. Mas o que ela estava dançando? Ah, sim, era ao som de Martinho da Vila, com um sambinha tão gostoso e simples. Brigas? Não vi. Será que a música influencia? Por que será que em festas com músicas mais agitadas, as pessoas...., digamos que, se acariciam de maneira não muito delicada?
Na seqüência, Beth Carvalho. Surge vestida com um lençol rosa com lantejoulas de mesma cor na altura do peito. Cabelo vermelho, abre os braços para a platéia. Começa a cantar e agrada igualmente. No meio da multidão um casal se beija. Normal, não? Exceto pelo fato de que se tratava de dois rapazes. As pessoas ao redor não atiram pedras, não agridem. Alguns reclamam mas tudo segue em paz.
Porém não é tão pacífico manter-se afastado das guerras se você se aventurar a comer numa das barraquinhas. Seu estômago, intestino e tudo o mais que possa fazer parte do sistema digestivo não lhe perdoarão. Tente o bar-restaurante de esquina, caro, sujo e de péssimo serviço. Mas, melhor que passar fome, ou passar mal. Os garçons te atendem rápido se você não ficar em dúvida, e nem se indagar pelo elevado preço dos pratos. Ah, e também se não houver nenhum bicheiro de blusa aberta acompanhado de garotas mal-vestidas, exibindo de forma grotesca seus proeminentes seios.
Certo. Já foi para o show, já bebeu, conseguiu se alimentar (mal), agora só falta ir pra casa. Começa a chover, o povo não desanima. Duas horas da manhã de domingo, amanhã é segunda, eu acho. Será que eles não trabalham? Vai ver trabalham tarde, ou tem muita disposição, quem sabe ainda não precisem trabalhar.... hum... acho que não.... talvez estejam procurando emprego ou sejam autônomos. Enfim, o fato é que estão lá. A chuva cai, com força. No ponto de ônibus, observa-se uma proposta inusitada: uma travesti gorda sentada pergunta a um rapaz negro o que ganharia em troca se fizesse algo que ele queria. Como se ele não respondesse, ela complementa: um sanduíche? Vai me dar um sanduíche?

segunda-feira, 29 de janeiro de 2007

Férias Frustradas

Sol, praia, curtição. É isso que os jovens esperam encontrar indo para Porto Seguro. Mas não é o que acontece. Mais um acidente envolveu pessoas que viajavam para essa cidade. http://www.clicabrasilia.com.br/portal/noticia.php?IdNoticia=21876 Que tipo de (suposta) diversão estas pessoas estão buscando? Por que tantas tragédias?
Vale a pena conferir a notícia "Turismo de formatura - Ressaca para a vida toda?" de Cristina Maria Mira, veiculada na edição online da revista Caros Amigos - http://carosamigos.terra.com.br/.

sábado, 27 de janeiro de 2007

Pinochet e Saddam

Foto retirada da Edião online da Revista Piauí



Estava navegando pelos sites de notícias, como sempre faço, quando esbarro numa notícia do Estadão sobre um protesto contra a Guerra no Iraque -
anacrônico. Todos os especialistas em geopolítica já se esgoelaram de tanto falar dos interesses dos EUA na região e da importância do lugar no mundo. Anos passaram. Quase quatro, na verdade (início 20/03/2003), e esse horror não termina.
O mundo já cansou de criticar, só o Bush nao cansa de guerrear. Deu rima e tudo. Deve ser porque não é ele que está lá ouvindo o barulho dos tiros, vendo sangue e lágrimas e sentindo o cheiro fétido dessa ganância. Insiste na sua campanha contra tudo e todos. Não foram suficientes os filmes e livros de Michael Moore, edições e mais edições de jornais do mundo todo, blogs, atores, sociedade civil, enfim, nada disso fez freiar a célere obstinção de George por esse país do Oriente Médio.
A loucura foi tanta que chegaram a enforcar Saddam. Um ditador sanguinario? Pode ter sido, mas um ser humando ainda. Será que voltamos à Idade Média, enforcando pessoas dessa forma? Por que será que ninguém enforcou o Pinochet? Ele foi um dos mais cruéis ditadores da América Latina (http://www.revistapiaui.com.br/2007/jan/despedida.htm) e quando foi enterrado, seus filhos ficaram indignados porque lhe negaram as honras de estadista.
E o pior disso tudo é que o mundo assite a esse espetáculo fúnebre, de braços cruzados. Um protesto aqui, outro discursinho ali, mas nenhuma retaliação efetiva. Nenhuma manifestação de força.
Uma vez li num jornal (não lembro qual era, faz tempo) que uma família tradicional do Rio de Janeiro não iria mais ao Mc Donalds, nem beberia Coca-Cola enquanto durasse a Guerra no Iraque. Hoje, depois de quase quatro anos, eles devem estar em boa forma física, pelo menos.
Imagine se as pessoas seguissem esse exemplo? Milhões de pessoas deixando de beber Coca-Cola, uma pressão extraordinária. Então, os representantes da Coca iriam até o ouvidinho de Bush e berrariam: "Pára com essa porra!" - em inglês, claro. Se fosse mais de uma empresa, então: dezenas de milionários enfurecidos. E, nossa, como eles podem ser humanos quando querem.
Talvez seja essa a solução. Pois num mundo em que o conceito de cidadão esvazia-se para dar lugar ao de consumidor, só temos espaço enquanto compramos. Então, por que não escolher nossa alimentação, roupa, móveis, tendo como parâmetro também questões políticas e humanitárias?

quinta-feira, 25 de janeiro de 2007

Batalha política nacional

É difícil eu gostar de charges, mas essa - veiculada hoje no "O Dia online" está excepcional.


quarta-feira, 24 de janeiro de 2007

Acelera Brasil

É com grande esforço que obrigo meus olhos a ficar abertos após um longo dia de trabalho e correrias. Mas seria muito ruim deixar de escrever hoje. Um dia em que não me senti muito bem, não estava muito feliz, sem saber direito o motivo. Entretanto, hoje vi coisas que me chocaram, me emocionaram, e, como sempre, me fizeram refletir sobre a realidade brasileira.
Então descreverei para vocês o que vi hoje. Logo pela manhã - deslocado do meu caminho habitual pois fiquei na casa de uns amigos na Ilha do Governador - peguei um ônibus em direção ao Centro da cidade. Um carro velho e tão barulhento que eu não conseguia escutar o meu mp3. Pessoas humildes, roupas simples, rostos cansados, vidros sujos, calor e por final, lotação máxima. Ruas esburacadas e paradas de cinco em cinco minutos fizeram com que a nossa viagem durasse pouco mais de uma hora. Passando pela Av. Brasil tive a primeira emoção do dia. Estava sentado logo atrás do cobrador e, assim, podia ver todos que entravam. Vi que uma senhora de cabelos brancos e vestido rosa demorava um pouco para subir - normal para idade talvez - mas não, ela era cega. Duas mulheres a ajudavam. O motorista aguardou ela subir. Um rapaz cedeu o lugar - ela não passou na roleta - as duas conseguiram que ela sentasse. Fiquei imaginando se o motorista não percebesse e acelerasse, como eles sempre fazem com aqueles que enxergam, e nem por isso deixam de cair se apoiando nos ferros que encontrar pela frente. Olhei a volta e vi o quão triste é a realidade nacional. Avenida Brasil. Poderia haver um nome que desse um significado tão intenso, tão fiel, que fosse um retrato da estrada pela qual passava. Três ou quatro grandes pistas expressas. Caminhões, onibus, carros passam apressados por ela. E nas duas extremidades, favelas. Simplesmente favelas. Pessoas vivendo na extrema pobreza, enquanto o "desenvolvimento" passa por elas. Passarelas cortam a avenida para que não precise de sinais. O mundo moderno é rápido, passa correndo pelas pessoas para não enxergar a realidade e não correr o risco de alguém ver uma velhinha cega subindo o ônibus e se emocionar. Que coisa desagradável! O povo é o povo. Apenas uma palavra. Os trabalhadores são o que? Trabalhadores ora! Nada mais. Só o que importa é que ele custa menos de 170 dólares. Tá barato po. Se ficar doente, manda embora ta assim querendo.
Enquanto isso eu escutava a Band News e escutei o Boechat falando do Plano de Aceleração Economica, na qual pretendem utilizar os recursos do FGTS para custear obras de infra-estrutura. Os assalariados atuariam então como bancos porém sem dar o consentimento e sem receber juros exorbitantes.
Como se não bastasse, ouvi também que há rumores de que Delfim Netto estaria voltando para o governo. Esse homem tão bem intencionado que já fez o bolo crescer durante a ditadura. Será que continuaremos crescendo sem dividir? Pergunta um pouco ingênua... Só as migalhas para a população que trabalha. Até seria muito bom: lucros maiores, vantage na competição internacional. Porém, as conseqüências já estão sendo colhidas: sequestros, tiroteios, mortes, assaltos. Vale a pena ser rico assim? Só estando vivo já se sente medo nessa cidade.
Sentimento que veio a tona enquanto eu voltava para casa (minhas idas e vindas hoje foram duras mas que eu nunca vou esquecer e me valerá como experiência) e passava pelo, internacionalmente conhecido bairro, Cidade de Deus. A van parou no ponto. E um rapaz estava subindo, um policial - armado de uma arma de grosso calibre - mandou que ele descesse. Revistou o cara. Tirou dinheiro do bolso dele, contou, perguntou para ele onde ele arrumou. Respondeu que trabalhava como cobrador de vans. O PM parecia não se contentar, olhou num bolso, no outro, tirou o boné, dentro do short. Mandou que ele fosse embora. Entrou na van na qual eu estava que ficou esperando por ele durante esse tempo. Andamos cerca de 4 minutos, talvez menos, e um gol da PM com quatro homens fortemente armados veio atrás de nós e mandou que a van parasse. O rapaz foi obrigado a descer. Logo tomou um soco no peito, dedos na cara, esporros, os quatro PMs levaram-no para um canto escuro.
A van prosseguiu. Ainda atordoado, não só por ver uma pessoa sofrendo aquelas humilhações como também pela apreensão de que pudesse haver algum enfrentamento na rua. Não por parte do rapaz, pois este não estava armado, mas por outros que porventura passassem.
Fazendo mais uma alusão com o noticiário, lembrei do que vi logo cedo no Bom Dia Rio da rede Globo. Os policias de um batalhão de Paraty (estado do rio) que tirou fotos com turistas. Tudo bem ne, por que nao? Eles só, só emprestaram os fuzis para as mulheres e as algemaram para que batessem a foto fazendo uma grande balburdia com a imagem - já deteriorada - da segurança pública. O comandante do Batalhão disse que iria apurar.
Entretanto um calor forte e sufocante dominou a paisagem carioca e um professor não muito assiduo completou a felicidade do meu dia. Por isso, deixarei as reflexões pendentes para amanhã.

segunda-feira, 22 de janeiro de 2007

Cratera do metrô de SP

Estava sem saber o que escrever, passeando pelos sites de notícias, quando esbarro numa matéria sobre o grave acidente em São Paulo. Interessantíssima e muito bem feita. Saiu na Carta Capítal. Confira no link: http://www.cartacapital.com.br/edicoes/2007/01/428/autofagia-a-paulista
Uma notícia que busca esclarecer (aos interessados em compreender) o que, de fato, ocorreu na maior metrópole brasileira.

domingo, 21 de janeiro de 2007

Internet cansativa

Além de minha conexão ser discada e ser novato no blog, também sou uma pessoa não muito dotada de paciência. E sempre que me irrito não consigo escrever. Tenho que lutar contra isso!
Vamos lá. Vou colocar alguns esboços e espero desenvolver melhor depois.
Tinha a vontade de começar um blog há tempo mas o que mais me motivou foi uma matéria da revista Imprensa (www.portalimpresna.com.br) sobre uma blogueira que foi, não só multada, como também teve seu endereço retirado do ar por publicar uma foto de um muro pixado que dizia: "Xô Sarney". Inquisição? Censura? Fiquei impressionado com isso, e olha que poucas coisas me impressionam. Nem tempestades, furações, crateras do metrô, tsunamis, nem nada disso. Corrupção de parlamentares, policiais, homicídios em série. Nada disso me surpreeende. Mas, retirar do ar um blog! Isso é inadmissível.
Depois desse trecho com sinais de exclamação e primeira pessoa os idiotas da objetividade perseguir-me-ão. (Risos) Também tenho esse grave defeito: rir de mim mesmo, antes que os outros percebam a graça (se é que tem). Daí pareço um idiota.
Depois desse devaneio, vamos voltar a seriedade.
Não gostei muito de criar o blog aqui (por favor não me tirem do ar nem me torturem). Primeiro por ser em inglês e depois por ser vinculado ao Google. Esse site está dominando tudo. E antes de você criar também tem aquelas listinhas que mais parecem um interrogatório: "preferências", "livros favoritos" e tudo quanto é possível perguntar para aumentar o banco de dados deles e, assim, ampliar a lucratividade. Pesquisa de marketing para quê? Os idiotas já preenchem tudo de graça para nós - pensam eles. Por isso que coloco tudo truncado rsrsrs
Ah claro. Tenho que dar o endereço do blog da Alcinéia - a mulher que citei lá em cima - vou
procurar... um momento...
Achei. O nome dela é Alcineia cavalcante - jornalista la do Amapá.
Ela publica notícias interessantes sobre lá e também sobre o Brasil. Coisas que geralmente a gente não fica sabendo pelos grandes sites.
São 14:56 de domingo (21.08.07) e tá começando Coração Valente na Globo. Esse épico cheio de cliches, sangue e justificativas pró-bélicas. Que lindo, não? Digno de oscars! Parabéns!