quinta-feira, 1 de fevereiro de 2007

Mais uma vez na Brasil

Quinta-feira, primeiro de fevereiro de 2007, já são 18:40 mas ainda está claro, de longe se vê cerca de meia duzia de pessoas debruçadas na passarela olhando atentamente alguma coisa na rua. São os homens do Corpo de bombeiros retirando uma pessoa de dentro de uma van branca. Estão na pista que vai em direção ao centro da cidade. Não muito distante do cemitério do caju e antes de passar pela Fiocruz para quem vai em direção à Linha Amarela. Ali estão eles, socorrendo a(s) pessoa(s) e lá em cima estão elas: urubuzando o seu trabalho. Acabou? Ouve-se um barulho. Motos com problemas de escapamento? Não. O homem que está na minha frente anuncia: é tiro. Os homens que socorriam se tornam vítimas, escondem-se atrás da porta da frente da van. As pessoas, dentro do ônibus em que eu estava, abaixam-se também, mesmo estando a duas pistas de distância.
O nosso veículo anda, levantamos. Voltamos à vida normal. Será? Temos mesmo que nos acostumar com tiros, brigas e sangue no nosso trajeto de ida e volta do trabalho?
A pobreza continua lá. Nós passamos. Em vias expressas, avenidas brasis, sejam elas amarelas ou vermelhas. Se arriscar um olhar para o lado, um que não seja assim muito distraído, poderá ver pessoas vivendo em paupérrimas condições. Ou será que alguém imagina uma boa vida por trás daquelas casinhas de tijolos, mal-feitas e mal-acabadas?
Mas enfim, a vida andou, todos seguiram em frente, eles que ficaram lá, no meio dos tiros.

6 comentários:

Anônimo disse...

Mudei de idéia... rssss

Vou criticar negativamente. Acho que suas críticas precisam de mais sofisticação. Não tô dizendo pra criticar o povo que mora em Ipanema e nem passa pela Av. Brasil, claro. O ponto é a sofisticação do texto mesmo. Acho que tá muito comum. Primeiro texto que não gostei. :-S

Até mais.

Rafael Barcellos disse...

Texto jornalístico não é muito sofisticado. Só preciso responder às seis perguntas: o que, quem, quando, onde, como e por que. Faltou eu dizer o como e o porque, além de dizer o quem exatamente. Apenas quis relatar algo que me chocou um pouco antes - ainda consigo sentir isso, ouvindo tiros a uma distancia de 30 m e vendo as pessoas se abaixar. Vale ressaltar que os tiros também poderiam, eventualmente claro porque isso nunca acontece com a gente só com os outros, pegar em mim. Mas isso, ah, isso é só detalhe.

Jogbarc disse...

Como estou lendo seu texto pela primeira vez, não vou criticá-lo. Apenas uma colocação: foi apenas uma narrativa do cotidiano infeliz de nossa cidade maravilhosa. Vida que segue... não foi comigo, certo? Assim vamos vivendo, será?
Um abraço.

Anônimo disse...

Oi, Rafa!

Pode deixar que depois lerei seus textos com bastante cautela. Estou mesmo curios para saber o conteúdo de seus textos! Eu só queria mesmo deixar um alô registrado como você fez no meu flog!

Até a próxima,

Anônimo disse...

Que nem qdo fui ao cinema um dia em botafogo... Passando pela N. Sra de Copacabana, fui assaltada e 20 minutos depois estava dentro da sala de cinema, q foi emendado num chopp. Violência virou rotina. Bjs.

Rafael Barcellos disse...

Vou fazer um daqueles comentários típicos de Jornal Hoje e outros parecidos: "não se pode mais andar nesse rio de janeiro! Um absurdo!